De repente bateu uma tristeza, um aperto no peito, um nó na garganta. Sabe aquela sensação de que você está perdido, não tem pra onde correr e também não pode ficar? Aquela sensação de que por mais que você se esforce não conseguirá mudar nada do que está incomodando.
De repente me deu uma vontade de sair correndo, embarcar no primeiro avião com destino a São Paulo, Goiânia, Iraque, Tunísia... Qualquer lugar. Vontade de cair no mundo como se diz, de me perder no meio da imensidão do universo. De transitar no meio de gente desconhecida, gente apressada.
Vontade de me sentar em algum bar desses que ficam à meia-luz e pedir uma dose dupla de qualquer bebida forte, cowboy. Beber tudo num gole só, como se estivesse bebendo a própria vida em um copo liso. Vontade de acender um cigarro e ali mesmo, no balcão de um bar qualquer, chorar todas as dores do mundo até soluçar, até borrar toda a maquiagem. Até ter bebido a garrafa toda.
De repente bateu aquela necessidade de ter alguém que cuide de mim, que me proteja, que não me deixe sofrer, que me ponha no colo, que simplesmente me abrace quando eu precise. Me bateu aquela vontade de ser um urso panda, que todos querem cuidar, preservar. Pooorra!! Ninguém me preserva... Mas uma hora isso vai acabar. Ah vai, e aí vai ser a minha vez de sair para a luz, erguer a cabeça e olhar para frente. Sem medo, sem reservas...